É levezinha...
Passei a noite de Sábado na companhia de um italiano e dois espanhóis (para além dos restantes portugueses que perfazem o meu grupo de amigos…). Curtimos valentemente o serão, dando a conhecer os grandes prazeres da noite portuguesa em geral, e de Leiria em particular. Já a caminho de casa, parámos numa bomba de gasolina da Galp, para atestarmos o depósito. Enquanto se abastecia o carro, apercebi-me da exposição das novas botijas de gás da Galp, denominadas de Pluma. Caminhei até elas, sempre na esperança de que a menina do gás aparecesse para uma nova encomenda (azar o nosso, não apareceu). Queria testar pessoalmente se as botijas eram de facto leves que nem uma pena. E a verdade é que são mesmo muito leves. Pegam-se nelas com uma só mão e com a mesma facilidade com que se pega numa mochila, por exemplo. Entusiasmado, fruto do alivio que poderia vir a ter nos meus futuros carregamentos de botijas de gás para a minha casa e também fruto do álcool que entretanto tinha consumido a noite toda, eu e o outro português com quem estava ficamos todos orgulhosos com a existência desta novidade no nosso país. E fizemos disso um acontecimento em frente ao italiano e aos dois espanhóis que estavam connosco. E eles começaram a olhar uns para os outros, como quem não está bem a perceber o que se estava a passar. E não estavam, de facto. Não porque não percebiam o que dizíamos, mas sim porque não acreditavam que poderíamos estar entusiasmados com uma novidade que no país deles já era mais antiga que sei lá o quê. Ainda convenci um dos espanhóis a ir pegar na botija, pois a nossa só podia ser ainda mais leve do que aquelas existentes no seu país há uma carrada de anos. Mas não. Era igual. Andamos nós a carregar cerca de 20kg estes anos todos enquanto que em Espanha e Itália andam com estas plumas às costas, com a agravante de terem as babes do gás há muito mais tempo que nós.
Bem postos nos nossos lugares de provincianos e bem atrasados relativamente à maioria da Europa, contra-atacamos com um argumento que não teria, concerteza, qualquer tipo de resposta à altura por parte do italiano e dos espanhóis: “Inventamos a Via Verde! Fomos nós que pusemos o sistema a bombar…!” Estava lançado o nosso trunfo. Esta não falharia, de certeza! … Mas eis que, novamente, os estrangeiros começaram a olhar uns para os outros, como que a não compreender novamente a razão do nosso orgulho. E perguntamos nós: “Também já tinham a via verde antes de nós?! É que isso é impossível, pois nós fomos, de facto, os inventores dessa tecnologia!” E aí responderam eles: “Não, de facto não tínhamos. Mas a Via Verde é uma ideia tão luminosa e difícil de inventar que vos faça orgulhar tanto assim dela?”. Assim, seco. Foi o KO. Eu e o outro Português não tivemos sequer capacidade de resposta. Ainda pensei em falar dos Descobrimentos, mas achei melhor não entrar por aí…
Bem postos nos nossos lugares de provincianos e bem atrasados relativamente à maioria da Europa, contra-atacamos com um argumento que não teria, concerteza, qualquer tipo de resposta à altura por parte do italiano e dos espanhóis: “Inventamos a Via Verde! Fomos nós que pusemos o sistema a bombar…!” Estava lançado o nosso trunfo. Esta não falharia, de certeza! … Mas eis que, novamente, os estrangeiros começaram a olhar uns para os outros, como que a não compreender novamente a razão do nosso orgulho. E perguntamos nós: “Também já tinham a via verde antes de nós?! É que isso é impossível, pois nós fomos, de facto, os inventores dessa tecnologia!” E aí responderam eles: “Não, de facto não tínhamos. Mas a Via Verde é uma ideia tão luminosa e difícil de inventar que vos faça orgulhar tanto assim dela?”. Assim, seco. Foi o KO. Eu e o outro Português não tivemos sequer capacidade de resposta. Ainda pensei em falar dos Descobrimentos, mas achei melhor não entrar por aí…
E assim, numa simples conversa, que embora regada de álcool, foi tão clara quanto o céu em dia de sol resplandecente: nós os dois Portugueses fomos colocados no nosso lugar, pelos restantes amigos Europeus. O estado em que nos encontravamos não permitia uma conversa muito mais desenvolvida que esta (para quem é Technocrata e/ou Intelectual, peço desculpa pelo baixo teor intelectual da conversa, assim como as imprecisões científico-económico-políticas e por vos obrigar a ler uma conversa tão pouco condizente com o vosso Q.I - aos restantes leitores, peço desculpa por este desabafo), mas mesmo numa conversa de copos, a conclusão era só uma: ainda há muito caminho para galgarmos como país.
3 comentários:
Não são realmente grandes feitos cientificos. Os avanços que se fizeram em portugal na via verde e nas máquinas atm, devem-se mais oa facto de termos começado mais tarde com esses sistemas, com a vantagem de incorporar-mos à partida novas tecnologias nesses sistemas "obsoletos" já existentes.
Por exemplo:
"Mas a grande conquista da Brisa aconteceu em 1995, altura em que este sistema, ainda experimental e limitado, foi substituído por um circuito activo aplicado a toda a rede concessionária que permitiu identificar e taxar os automobilistas independentemente do seu local de partida e de chegada. Com esse passo, a Brisa "ficará na história como a primeira empresa do mundo a aplicar um sistema de teleportagem dinâmica universal a todo um país", sublinha José Braga, director-geral de exploração daquela concessionária.
"
mais sobre a via verde aqui
Sr. Consultor, muito obrigado pelo complemento ao meu post ;)
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