quinta-feira, outubro 5

Books and Cds

Fala-se muito da crise que a leitura está a passar na sociedade actual, que as pessoas já não lêem, etc. Mas a verdade é que se ao longos dos últimos anos têm-se assistido a um incremento de lojas/pontos de venda de livros. E isso é algo que não sucede relativamente às lojas de música. Numa altura em que os Shoppings se vão instalando nas nossas cidades, não há um que não tenha uma Bertrand ou loja parecida. Mas lojas de música, essas escasseiam cada vez mais. O Dolce Vita das Antas, por exemplo, não tem uma única loja cuja especialidade seja a musica. Em Braga, a única loja de música que existia no Braga Parque (Valentim de Carvalho), fechou portas há duas semanas. E mesmo essa loja (e as restantes Valentins de Carvalho) agora vendem tanto livros como CDs. Sinal de que embora não se leia tanto como se devia, os livros estão cada vez mais à disposição das pessoas. Em Braga, há coisa de 5/6 anos, chegaram a existir 6 lojas que vendiam exclusivamente música. Eram elas as duas Valentins de Carvalho, A Strauss, a Grafonola, a Scorpions e a Carbono. Actualmente, destas lojas todas, existe apenas a Scorpions (que é uma loja muito particular e que vende mais t-shirts de Metal, etc. do que discos) e a Carbono (que por acaso foi sempre a melhor de todas as lojas existentes em Braga, sendo um local para verdadeiros apreciadores, onde se encontra quase tudo e muito para além daquilo com que nos impingem nas rádios e televisões, se bem que para a vertente Clássica e Jazz, a Grafonola fosse igualmente uma boa loja da especialidade; e aquela que vendia os CDs a um preço mais barato, como que comprovando que se os preços forem acessíveis e as lojas tiverem verdadeira qualidade, as pessoas compram). E embora nunca se oiça dizer (porque não sucede de verdade) que as pessoas já não ouvem música como antigamente, as lojas de discos são cada vez uma maior raridade. E isso deixa-me triste. Concerteza que o mp3 veio baixar o consumo de discos. Isso já é mais que sabido. Mais não creio que o problema seja só esse (já para não falar na diferença de IVA entre livros – considerado arte – e CDs – não considerado arte, pelos vistos). Ainda esta semana adquiri alguns CDs via-net, pois o preço é muito mais convidativo, mesmo tendo que pagar portes de envio. Compensa e muito. Bem sei que este tema dá pano para mangas e provoca grandes paixões e debates. E nem era minha intenção escrever isto tudo ou sequer falar do que acabei por falar. Apenas ia hoje a andar pelas ruas de Braga e pus-me a pensar na diferença de quantidades de lojas de livros e de discos que existiam na Cidade. E queria apenas constatar o facto. Done.

5 comentários:

Anónimo disse...

Acho que a facilidade com que hoje se pode aceber a musica gratuitamente (pelo download "pirata" de MP3) não só leva as pessoas a comprarem menos, como também a traterem os seus gostos musicais de uma forma "descartável".

Isto é, antigamente compravamos um CD, agora "sacamos" vários... Antigamente saboreavamos o CD comprado, agora (excepto as nossas bandas preferidas) muitas vezes ouvimos um CD pouco mais que 1 vez.

Penso que isto também tem efeito nos gostos musicais e comportamentos das pessoas em relação à musica em geral.

Anónimo disse...

eu por mim tenho amesma opiniao da pessoa de cima

olha ja tive a pesquisar sobre os Led zeppelin parece ter sido uma banda muito conhecida

Anónimo disse...

Oh primaço! Tava a brincar ctg ;)

Os Led Zeppelin fora de facto uma banda muito conhecida e importatnte também, pois muitas das bandas que tu e eu ouvimos de hoje em dia foram influenciadas por bandas como os Led Zeppelin, que na sua altura foram pioneiros no estlilo de música que fizeram.

Daqui a uns aninhos, quando tiveres mais interesse e curiosidade, passaremos um serão a falar/ouvir/descobrir novos sons. Pode ser puto? ;)

Abraço.

MysterOn disse...

Hey primos "putos" how your doing?

Bem, da pequena experiência que tive, no mundo do Retail -Shoppingcenters, Outlets, lojas de rua, etc...- posso te dizer que aquilo que os promotores dos centros querem, como é óbvio, são lojas que facturem e sobretudo boas lojas âncora - e essas, as âncora, têm de ter um mercado bem alargado/convidativo para se instalarem nunca arriscando em demasia...Fnacs, Pingos Doce, Zaras, Mc Donalds etc...são mercados diferentes, mas são tudo âncoras, representando a fnac um sector mais específico dos exemplos que apresentei -.
No que toca ao sector musical, a única âncora que existe de facto, é mesmo a fnac, dominando por completo o sector, levando até, que algumas Valentins tenham encerrado e o mais triste que as pequenas lojas de rua, como as que mencionaste de Braga, tenham também fechado as suas portas. Tal como escreveu o JCNunes, a crise dos "vendedores" de música começa a sentir-se (até a Fnac a sente concerteza, no que aos cd's diz respeito), instalando-se os mesmos, apenas nos grandes centros urbanos, mas sempre com os livros, novas tecnologias ao lado, de modo a garantir as receitas. Assim sendo, torna-se complicado ver Fnacs de grande dimensão noutros pontos do país, pois se soubesses o quanto pode valer um m2 num centro comercial, mais royalties, mais direitos de ingresso até te passavas...daí as "Fnacs decentes" estarem no Porto em Lisboa, Faro (salvo erro) e pouco mais...pois as vendas e o mercado alvo, são de longe superiores, de resto é as mini Fnacs que se vão instalando, tudo porque as vendas não o justificam os custos.

Conclusão, enquanto o preço do Cd não descer, não haverá grande expansão de lojas, havendo então expansão de produtos culturais, digamos que substitutos, como os livros mais difíceis de sacar...
O download do mp3 tem sido a via de milhões de pessoas acederem aos cd's (levando à crise do sector, é um ciclo meio vicioso não é?), de forma mais barata e evitando deslocações aos grandes centros urbanos, qunado estão distantes dos mesmos...que é o teu caso (não querendo eu com isto dizer que Braga não seja um centro urbano como deve ser...don't get me wrong).

Hasta dudes.

Ric Jo disse...

Bem... o que é que se pode acrescentar depois desta autêntica aula de Economia? Thanks primo. Entre outras coisas, fiquei sem qualquer tipo de esperanças de ver abrir aqui por Braga uma Fnac qualquer dia... :( Não me agrada nada a forma como o mercado do disco está a evoluír. Quando nem as Valentins de Carvalho se aguentam (que têm um grande poder económico por trás, pelo menos assim creio...), como hão-de aguentar as lojas ainda mais pequenas da especialidade? Está bem que a Fnac é fabulosa na venda de Cds, mas como tu dizes, só existem em grandes centros urbanos. E nós (habitantes do resto do país) ficamos a ver navios. Ou então a ter que comprar discos nos Hipers, cuja variedade é bastante duvidosa, para não dizer outra coisa.

Os livros não são sacados, logo não existe tanto o risco de lhes acontecerem o mesmo, se bem que já seja possível sacar livros da net ou hajam autores que começam a explorar essa via, como é o caso de Edurado Boom (podem ver aqui
).