A campanha publicitária das
Novas Oportunidades anda a provocar uma grande (e justificada, na minha opinião) discussão. Eu não vou entrar por aí, pois
este artigo de opinião publicado n'
A Lei de Murphy, explana em pleno a minha opinião sobre o assunto. Aqui vou-me cingir a uma pequena nota. Entre os vários spots publicitários existentes que andam a passar no pequeno ecrã, destaco o clip onde o protagonista é um Pedro Abrunhosa que não é músico. E a razão pela qual ele não é músico é porque não estudou para tal. Come again? Ouvi bem? Não estudou para tal?! Mas desde quando é que é preciso ter-se estudos para se ser músico de elevada qualidade?! Que curso superior tem Alex Turner (Artic Monkeys) ou Ed Vedder (Pearl Jam), por exemplo? A ideia elitista de que só tendo estudos pode-se ser competente em várias áreas profissionais, por si só é ridículo. Querer passar essa ideia para a área das artes, onde o que realmente conta é a criatividade da pessoa, tem ainda menos nexo. Fazer-se passar a ideia de que estudando e sem ter as qualidades artísticas inatas, alguém pode vir a ser um Picasso, é no mínimo ridículo. Só num país de canudos.
[Imagem via Lei de Murphy]
A campanha publicitária das Novas Oportunidades anda a provocar uma grande (e justificada, na minha opinião) discussão. Eu não vou entrar por aí, pois este artigo de opinião publicado n'A Lei de Murphy, explana em pleno a minha opinião sobre o assunto. Aqui vou-me cingir a uma pequena nota. Entre os vários spots publicitários existentes que andam a passar no pequeno ecrã, destaco o clip onde o protagonista é um Pedro Abrunhosa que não é músico. E a razão pela qual ele não é músico é porque não estudou para tal. Come again? Ouvi bem? Não estudou para tal?! Mas desde quando é que é preciso ter-se estudos para se ser músico de elevada qualidade?! Que curso superior tem Alex Turner (Artic Monkeys) ou Ed Vedder (Pearl Jam), por exemplo? A ideia elitista de que só tendo estudos pode-se ser competente em várias áreas profissionais, por si só é ridículo. Querer passar essa ideia para a área das artes, onde o que realmente conta é a criatividade da pessoa, tem ainda menos nexo. Fazer-se passar a ideia de que estudando e sem ter as qualidades artísticas inatas, alguém pode vir a ser um Picasso, é no mínimo ridículo. Só num país de canudos. [Imagem via Lei de Murphy]
14 comentários:
Desde já obrigada! E até me identifico mais com os Touros!!!
Também acho ridículo pensar-se que só se pode ser bom tendo estudos...
Há tanta gente com estudo e não faz nada de jeito.. São tudo menos bons nas áreas onde estão!
E há tanta gente sem estudos que faz maravilhas nas suas áreas...
Enfim...
Concordo contigo. Mas também acho que concordas que a prossecução dos estudos é factor essencial para as pessoas terem consciência de si e do mundo que as rodeia. Para melhor exercer a cidadania. E para mais neste país, onde cada vez mais os putos desistem da escola no 9.º ano (ou antes...) porque a vida está dificil e é preciso ganhar dinheiro... e simplesmente desistem de um investimento futuro.
A mensagem do spot é provavelmente a de que um curso na mão é uma vantagem em todos os sentidos. Algo que já não nos podem tirar (excepto se tiveres andado na UnI...)
Era o que faltava agora, tirar o curso e só fazer uso da matéria apreendida nas aulas. Então e o processo de maturação do indivíduo e a consciência do mundo que o rodeia?
Mas, por outro lado, se é preciso tirar um cursinho para cantar como o Abrunhosa, mais vale ser analfabeto...
A campanha pode ser um pouco ridícula, mas se é verdade que não é preciso estudar para ser bom no que se faz tb é verdade que estudar ajuda a fazer ainda melhor.
Quanto às artes, mesmo (e especialmente) com qualidades artísticas inatas, o estudo de técnicas, história e outras coisas não inatas é muito importante.
Agora se esse estudo é e deve ser feito e reconhecido em universidades ou é exclusivamente um estudo individual não sei; mas sem estudares o que fazes...
Claro que não ponho em causa o valor que os estudos têm. Se assim fosse, não teria tirado o curso. E como dizes, Abel (e bem!), tirar um curso numa Universidade não só dá uma formação académica, mas também humana. E isso é tão ou mais importante. Mas como diz o artigo no link que deixei, ter estudos poderá, de facto, abrir novas portas, mas poderá ser indiferente e nalguns casos até, um empecilho. O exemplo dado dos trabalhadores licenciados da Fnac ou nos Call Centers (onde eu próprio cheguei a trabalhar, já como licenciado) é uma evidência disso. E dada a situação actual do nosso país, parece-me demasiado redundante a campanha. E já nem entro na cena dos empregos de primeira e de segunda.
Miguel, quanto à música, e tu sendo músico e tendo inclusive estudado e tendo consequentemente conhecimento de causa, não vou questionar as tuas palavras. Mas existe um exemplo crasso de que, mesmo para se dominar na perfeição as técnicas de um instrumento, não é preciso ter-se estudado para tal: nada mais , nada menos do que o maior e mais importante guitarrista de sempre: Jimmy Hendrix. Nunca estudou música (a confiar na sua biografia existente na net) e tudo o que soube, aprendeu-o com a experiência (o que é considerado estudar, mas não na forma que a campanha Novas Oportunidades apregoa). E mais, para além de tocar de forma brilhante a guitarra, ele próprio foi pioneiro em várias técnicas/formas de tocar guitarra que nunca ninguém tinha feito e que ainda de hoje em dia se usam (e que por acaso vai ser alvo de um post meu na próxima semana... Coincidência...lol).
Mas quanta música teve o Abrunhosa de ouvir para chegar àquele nível!!! Não será a massa crítica constituída ouvindo outros, estudando as suas obras, o verdadeiro estudo a que nem o artista se pode furtar?
É só uma questão, não estou a afirmar nada... mas algo tem de existir para a criatividade se manifestar, se moldar à época em que vive e tornar um padrão.
Que obras faria um Mozart agora? Ou um Bach? EStará algum deles por trás dos que o Ric cita?
Profeta
Mozart ou Bach não fariam, com certeza, o mesmo tipo de música que fizeram no tempo deles, suponho. Se Mozart tivesse acesso a uma guitarra eléctrica, por exemplo, secalhar teria-a incluído nalguma das suas obras. Como dizes (Profeta) e bem, "a massa crítica (é) constituída ouvindo outros, estudando as suas obras, o verdadeiro estudo a que nem o artista se pode furtar". E toda a música é um produto de influências (passadas também, mas igualmente influenciado pelo presente), e isso é esse tal "estudo" a que te referes. Não é o tipo de "estudo" a que o spot publicitário se refere.
Parabens ricardo este espaço está cada vez melhor, bom trabalho. Este tema ainda não é bem aquele que eu gostaria de comentar, mas foi mais forte..., aqui vai a minha opinião... que já se sabe, vale o que vale...
"Jimmy Hendrix. Nunca estudou música e tudo o que soube, aprendeu-o com a experiência", que tipo de experência??? ouvir outros musicos recebendo dicas que por sua vez ele desenvolveu até ao extremo transformando-as na sua propria linguagem? Não será isso uma forma de ensino? Cada uma no seu tempo. Quanto a pergunta "Mas desde quando é que é preciso ter-se estudos para se ser músico de elevada qualidade?" "Musico" em que area? Hoje em dia acho que há areas que é quase obrigatorio ter formação,(a qual não te assergura de nada). Duma forma mais generalista acho que para ser um "musico" mediano-fraco não, agora para ser um "MÚSICO", é capaz de ajudar...Se é de elevada qualidade...
O "musico" entre aspas é propositado acho que se usa e abusa do termo "musico" a torto e a direito, bem, vou ficar por aqui para quem nem queria comentar isto está longo de mais.
Abraço P.C.
P.C., muito agradecido pelas tuas palavras. E podes comentar aqui completamente à vontade, todas as vezes que te apetecer ;)
Quanto ao tema, eu não digo que o estudo não é necessário, seja em que área for. Por isso eu próprio estudei. Apenas penso que não é obrigatório para se ser bom seja em que área for. E neste caso, refiro-me a Estudo como Estudos Escolares (secundário/superior). É esse tipo de estudo a que a campanha em questão se refere. Agora, quem os tiver, como é óbvio, é uma mais valia e um grande passo para a excelência.
Quanto ao que questionas relativamente a ouvir outros músicos, etc, como formas de evoluir musicalmente, é de facto "Estudo". Sem dúvidas nenhumas! Praticar todos os dias, melhorar a técnica, dia após dia, tudo isso é estudo. Mas mais uma vez reafirmo: não o tipo de estudo a que se refere a campanha. E sem esse tipo de estudo, não se consegue chegar a um excelente MÚSICO. Mas na minha opinião, sem estudos num Conservatório ou numa escola superior de música, consegue-se. E Jimmy Hendrix é apenas um de muitos exemplos (mais uma vez afirmo, fazendo fé na biografia dele existente na net).
Trabalho=Prática=Estudos=Excelência.
Abraço.
uma resposta à altura... heheh
outra mais na onda do momento
Fica aqui a correcção ao ultimo link.
dsc lá a confusão de comentários...
fica bem
Eh eh eh... Muito bom. Gostei especialmente da primeira...
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