segunda-feira, julho 9

Live promotion

Tenho para mim que estas cenas do Live Earth e Live 8 são desprovidas de conteúdo e genuinidade, dadas mais à auto promoção do que verdadeiramente à luta pelas causas em causa. São os organizadores que lucram através do aumento da sua popularidade e influência no mundo social e político e são as bandas que lucram com o aumento exponencial das vendas dos seus discos, ou canções em mp3, como agora parece mais propício dizer, após cada concerto. Gostava que apresentassem dados concretos de soluções criadas para combater a pobreza e a poluição em consequência dos concertos organizados. Bem sei que por altura do Live 8, conseguiu-se diminuir um pouco mais a dívida de África, mas esse tipo de acções consegue-se também à volta da mesa, em conversações e em pressings da comunicação social e consequentemente, da opinião pública. Não através de concertos de muitos artistas que se estão verdadeiramente a cagar para a fome em África ou para a poluição no mundo. Quantos kilos de CO2 não terão sido gastos pela maioria dos artistas que actuaram no Live Earth aquando das suas deslocações via jets privados, etc? Dou mais valor a uma manifestação (pacífica) por alturas das reuniões do género do G8, ao invés deste folclore todo que promete tudo mudar e nada muda.

3 comentários:

Sniper disse...

Concordo contigo, quando falas da duvidosa eficácia deste tipo de eventos. Só quando os líderes estiverem todos de acordo é que conseguiremos resolver o assunto. mas também é verdade que qualquer acção de sensibilização tem custos ambientais (emissões GEE incluídas). A cimeira onde foi assinado o Protocolo de Quioto, em que estiveram centenas de responsáveis mundiais a discutir e a formular o diploma exigiu deslocações e consumos eléctricos consideráveis. O que importa não são os consumos GEE que o evento implica, mas sim a sua eficiência específica ou eficácia para a mudança, que pelos vistos tem sido nula ou insignificante. Continua tudo na mesma...

Miguel disse...

Claro que continua tudo na mesma: a natural variação do clima na terra e o aproveitamento do medo para instaurar novas "religiões".
Na pré história tb era assim, trovoava e lá se tinha de sacrificar alguém para apaziguar os deuses... Essa cena do live earth e manifestações do género lideradas por Gore, o profeta da desgraça, apenas me fazem rir dada semelhança de tantas outras seitas.

Mas enfim, eu sou um herege, um infiel dessa nova religião ambiental cujo credo é o aquecimento global, aliás, alterações climáticas (é muito mais abrangente)... Por isso não me leves a sério. Mas tb não leves a sério aqueles que acham que o ser humano foi a pior coisa que aconteceu ao planeta desde que começou a ser inteligente...

Anónimo disse...

Gosto bastante deste blog, sigo atentamente todos os posts, mas neste senti mesmo vontade de comentar! Tenho uma opinião um pouco diferente da tua em relação a este assunto.. O "folclore" a que te referes de um modo bastante depreciativo, ao contrário do que dizes, não promete mudar nada. Não está mas mãos do Al Gore mudar o ambiente, mas sim as mentalidades. Está nas maos dele (tal como de todos nós) sensibilizar para este problema, alertar, fazer com que as pessoas actuem, e também elas mudem as mentalidades dos outros que se recusam a admitir o problema. Porque a solução para este imbroglio é mesmo essa: Mobilizar as pessoas a terem uma atitude mais "pro-natura". E nesse aspecto, que penso que seria o objectivo principal, acho que o Live Earth esteve bem. Houve uma excelente cobertura por parte dos media, houve uma boa audiencia. Se quiseres falar em folclore, fala das deslocações da Madona e de outros tantos em jactos particulares, para algumas horas depois virem a publico defender o ambiente. Aí já estou de acordo contigo. Não recrimines indevidamente outros que ao contrario do que dizes não obtêm ganhos politicos (uma vez que ja estão afastados dessa via).. Se há alguem que ganha, tem que ser o planeta.